Papa Francisco lança autobiografia e recusa renunciar

por Lusa
O Papa Francisco lança a sua primeira autobiografia Claudio Peri - EPA

O Papa Francisco lança esta terça-feira a sua primeira autobiografia na qual classifica uma eventual renúncia ao papado como uma "hipótese distante", que só ocorreria devido a "grave impedimento físico".

O líder da Igreja Católica, de 87 anos, diz não ter qualquer problema de saúde que exija a renúncia.

Na obra “Vida: A minha história através da História” -, escrita em colaboração com o jornalista italiano Fabio Marchese Ragona, o Papa admite que, quando esteve hospitalizado no Vaticano, alguns estavam "mais interessados em política, em campanha eleitoral, quase pensando num novo conclave".

Neste livro, lançado em dezenas de países e que chega a Portugal em abril, Francisco sublinha que o papado é um trabalho para toda a vida, mas que, "se ocorrer um impedimento físico grave", já redigiu uma carta de demissão que está guardada na Secretaria de Estado.

Francisco volta a defender a sua decisão de permitir que casais do mesmo sexo ou em união de facto sejam abençoados.

O Santo Padre, que comemorou na quarta-feira 11 anos de pontificado, reitera a condenação ao aborto e ao recurso a barrigas de aluguer.

"Devemos sempre defender a vida humana, desde a conceção até à morte. Não me cansarei de dizer que o aborto é um homicídio, um ato criminoso, não há outras palavras: significa descartar, eliminar uma vida humana que não tem culpa. É uma derrota para quem o pratica e para quem se torna cúmplice: assassinos de aluguer, pistoleiros! Chega de abortos, por favor!", condena o Sumo Pontífice.

Sobre os seus tempos de juventude e a vida pessoal, Francisco conta que teve uma namorada e que se apaixonou por uma jovem quando estava no Seminário, mas o chamamento de Deus acabou por ser mais forte.

O Papa fala também sobre outra das suas paixões, o futebol, mas diz que não assiste a jogos da Argentina na televisão desde 1990, porque há coisas que um sacerdote não deve ver.

"Enquanto os irmãos e eu assistíamos televisão na sala de recreação, foram transmitidas algumas cenas não muito delicadas, para dizer o mínimo, algo que certamente não fazia bem ao coração. Nada de arriscado, pelo amor de Deus, mas assim que voltei para a sala disse para mim mesmo: 'Um padre não pode olhar para essas coisas'. E assim, no dia seguinte, na missa da festa de Nossa Senhora do Carmo, fiz um voto de não ver mais televisão!", contou Francisco.


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